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Monday, November 22, 2010

Maioria dos brasileiros prefere trabalho Home Office

Pesquisa da Cisco revela que maioria também estaria disposta a trocar salários altos por mobilidade e flexibilidade de horário de trabalho



A maioria dos brasileiros acredita que a produtividade não está relacionada com a jornada de trabalho dentro das empresas. Uma pesquisa encomendada pela Cisco revela que 76% acreditam que não é preciso estar fisicamente no local de trabalho para ser produtivo. A preferência dos brasileiros por trabalhar remotamente está acima da média mundial, que foi de 60%, e só abaixo da Índia, com 93% e China, com 81%.

A pesquisa também revelou que 83% dos brasileiros estariam dispostos a trocar salários altos por maior mobilidade e flexibilidade de horário de trabalho. A média mundial para este item foi de 66%.

"Este resultado reflete o desejo dos profissionais pela mobilidade como forma de aliar suas responsabilidades com qualidade de vida. Isso tem sido cada vez mais realidade com o uso de soluções tecnológicas pelas empresas", afirma Ghassan Dreibi Junior, gerente de desenvolvimento de negócios de Segurança para a América Latina.

Intitulada "The Cisco Connected World Report", a pesquisa foi realizada com cerca de 2.600 pessoas, entre usuários finais e executivos de TI de 13 países: Brasil, EUA, México, Reino Unido, França, Espanha, Alemanha, Itália, Rússia, Índia, China, Japão e Austrália. As entrevistas foram realizadas entre 16 de agosto e 7 de setembro.

Mais da metade dos entrevistados em todo mundo (57%) consegue conectar sua rede de trabalho remotamente, com destaque para o grande número de usuários finais da Espanha e Reino Unido (44% em cada um dos países), que afirmaram conseguir acessar informações da rede corporativa de qualquer lugar e em qualquer hora. No Brasil, o percentual chegou a 32%.

A maioria dos usuários finais pesquisados também acredita que os dispositivos fornecidos pelas empresas deveriam estar disponíveis para uso profissional e pessoal. A média mundial foi de 66%; e no Brasil, México e China, de 77%, enquanto que na Índia o percentual chegou a 95%.

Com relação ao preparo das empresas para prover mobilidade para os funcionários, quase metade dos executivos de TI entrevistados (45%) em todo mundo afirmou que suas companhias ainda não estão preparadas para isso. Por outro lado, mais da metade dos profissionais de TI do Brasil (57%) e China (65%) afirmou que suas empresas estão trabalhando no sentido de prover mais mobilidade para seus funcionários. Garantir segurança é o maior desafio na hora de prover mobilidade nas empresas, de acordo com os profissionais de TI. Este item foi o mais citado (57% do total mundial) pelos entrevistados.

Políticas de TI e mobilidade

A pesquisa "Cisco Connected World" mostrou ainda que as políticas de TI das empresas precisam se adequar ao desejo dos funcionários pela mobilidade, especialmente para aqueles que querem acessar redes corporativas de variados dispositivos, como computadores pessoais, smartphones e iPad´s, e ainda utilizar redes sociais e ampliar comunicação por vídeo. Embora 82% dos profissionais de TI afirmaram que suas empresas contam com políticas adequadas, 64% dos usuários finais entrevistados acreditam que as políticas de suas empresas precisam ser melhoradas. O percentual dos usuários finais brasileiros para este item chegou a 74%.

O estudo também mostrou que quase metade das empresas em todo mundo (41%) proíbem acesso a rede sociais, como Facebook, MySpace e YouTube. O percentual no Brasil chegou a 51%. A restrição ao acesso ao Twitter é de 35% no mundo e 37% no Brasil. Para 36% dos executivos de TI dos países pesquisados, e 32% no Brasil, o uso de redes sociais não tem relação com os negócios das empresas, podendo ser uma perda de tempo para os funcionários.

O uso de vídeo como forma de comunicação nas empresas está crescendo rapidamente. Globalmente, 68% dos profissionais de TI acreditam que o uso dessa solução deve crescer no futuro, especialmente entre países como México (85%), China (85%), Brasil (82%) e Espanha (82%). Apesar dessa percepção, 41% dos usuários finais entrevistados ainda não podem utilizar vídeo atualmente nas companhias. Entre eles, 34% esperam utilizar o vídeo como ferramenta de comunicação no trabalho nos próximos dois anos.

Wednesday, October 13, 2010

Seis comportamentos nas redes sociais que levam à demissão de funcionários


Preocupação com segurança e reputação da marca leva muitas empresas a coibir determinadas posturas dos profissionais na Web

Cerca de 7% das empresas já demitiram um funcionário por conta de atividades em redes sociais, de acordo com recente pesquisa da empresa de segurança de e-mail Proofpoint. Outros 20% das organizações admitem ainda que, por causa do uso inapropriado das novas mídias, tiveram de fazer advertências aos empregados.

Por conta do crescente número de histórias sobre problemas que as redes sociais trazem aos profissionais, o norte-americano Travis Megale decidiu criar um grupo, intitulado “Fired because of Facebook” (demitido por causa do Facebook).

“Sou professor de ensino médio e, por isso, tenho de ter consciência sobre o que publico. Criei o grupo como um sinal de advertência para meus colegas”, disse Megale. “Pessoas com que trabalhei no passado fizeram comentários e publicaram fotos que facilmente poderiam ter causado minha demissão, caso tivessem sido vistos pelas pessoas erradas", analisa.

Em um esforço para aumentar a conscientização sobre o tema, o grupo criado por Megale convida os membros que perderam seus empregos por causa de algo que fizeram no Facebook a contarem suas histórias. E os contos sobre erros cometidos nas redes sociais e que culminaram em demissões aparecem com frequência.

Do lado das empresas, as decisões radicais de demitir um funcionário são tomadas por conta de questões que afetem a reputação e a segurança da organização. Mas quais são os comportamentos que as corporações julgam como prejudiciais nos perfis online de seus empregados? Eis seis erros que os usuários cometem em sites como Facebook e Twitter, e que poderiam levar à demissão.


1::Postar comentários negativos sobre o trabalho ou a empresa

Pode parecer óbvio, mas para muitas pessoas não é. Alguns membros do Facebook sentem a necessidade de espalhar para amigos e parentes suas opiniões sobre o trabalho ou sobre seus colegas de escritório, tudo sob a impressão de que seus perfis permanecem privados.

Mas não é sempre o caso, especialmente se o usuário não soube ativar a privacidade em suas configurações, apontou Tom Eston, do site Socialmediasecurity.com. Os usuários precisam estar mais conscientes não apenas das configurações de privacidade, mas sobre guardar as opiniões relacionadas ao trabalho com eles mesmos.

“Simplesmente não faça”, disse Eston. “Com frequência alguém publicará alguma coisa e depois pensará, dias depois, que talvez não devesse ter feito aquilo. Você não pode culpar a rede social por isso. As pessoas precisam assumir a responsabilidade pelo que publicam.”

Mesmo que você tenha ativado as configurações de privacidade da rede social, lembre-se que as recentes reformulações do Facebook podem fazer com que as configurações voltem a ser públicas, tornando o conteúdo disponível para qualquer um até que o usuário vá lá e as mude.

Esse foi o caso com uma professora de Cohassett, Massachusetts (EUA), que foi demitida em agosto depois de publicar no Facebook que não imaginava trabalhar por mais um ano naquele distrito escolar. June Talvitie-Siple, que em um recado anterior havia chamado os estudantes de “sacos de germes”, não percebeu que suas configurações tinham sido tornadas públicas depois de uma mudança recente no Facebook. Ela serve como exemplo para que verifiquemos nossas configurações de privacidade com regularidade.

E há aqueles que seriam melhores se caíssem no esquecimento. Como a mulher que desabafou sobre o chefe em um post que já se tornou lenda na Internet. Infelizmente, seu chefe também era um amigo do Facebook e, por isso, podia ver facilmente seu perfil.

A mulher atualizou seu status com uma mensagem que, em português, seria como: “Eu odeio meu trabalho! Meu chefe é um total pervertido, que sempre me faz fazer trabalhos de m***a apenas para me sacanear!”.

Ao que o chefe respondeu: “Acho que você se esqueceu de que tinha me adicionado aqui” e terminou com “Não se importe de voltar aqui amanhã. E, sim, é sério.”


2::Defendendo seu empregador em uma discussão online

Embora seja o oposto da mancada número um, essa também pode ser desastrosa, mesmo que o usuário tenha as melhores intenções.

Isso porque, mesmo que pense que o que está dizendo é correto, você não é um profissional de relações públicas, e o que você publicou pode ser errado ou até prejudicar a empresa. A gigante das redes Cisco Systems deixa claro, em sua política de mídias sociais, que os empregados não deverão se envolver em qualquer debate online sobre a empresa sem permissão específica.

“Quando um empregado vê algo negativo sobre a empresa, algumas vezes seu impulso é o de defender seu empregador, com o qual está perfeitamente satisfeito”, explicou Christopher Burgess, conselheiro sênior de segurança da Cisco. “Você não pode fazer isso com os 140 caracteres do Twitter. O que dizemos ao nosso pessoal é: deixe o pessoal de RP cuidar disso.”


3::Comentar questões privadas da empresa em fóruns públicos

Então sua empresa está para comprar outra e há rumores sobre demissões? Guarde essa informação para si. Publicar essa informação no Facebook ou no Twitter é quase tão ruim quanto falar à imprensa sobre o assunto. Mesmo que você pense estar falando apenas para pessoas próximas, não há como saber onde a informação irá parar, disse Eston.

“Mesmo se pertencer a um contexto geral, certas informações que poderiam ser confidenciais para uma empresa nunca deveriam ser discutidas.”


4::Mudar de identidade e fingir ser outra pessoa

Você sempre quer ser honesto sobre quem é. Retomando a regra que trata de falar sobre sua empresa, Burgess explicou que a política da Cisco também proíbe os empregados de disfarçar seu nome ou identidade para se envolver em debates sobre a empresa.

“A política estabelece claramente que o uso de um apelido (ou nome falso) é inaceitável”, disse. “Os empregados deveriam sempre deixar claro seu relacionamento com a empresa.”


5::Oferecer muita informação sobre sua vida pessoal e atividades de lazer

Eston, que costumava trabalhar com segurança em um grande banco, lembra-se de um caso em que muita informação no Twitter não apenas fez uma pessoa perder o emprego como a impediu de ser contratada.

O banco estava fazendo uma verificação de antecedentes sobre uma candidata a vaga e descobriu mais do que gostaria de saber.

“Ela tuitou sobre como esperava poder passar num teste de drogas, e a foto de seu perfil no Twitter a mostrava fumando maconha.”


6::Publicar fotos de gosto duvidoso

Talvez o maior exemplo deste tipo de mancada seja o caso envolvendo a líder de torcida americana Caitlyn Davis. Ela foi demitida da equipe de futebol americano New England Patriots depois que fotos no Facebook a mostraram empunhando uma caneta marcadora à frente de um homem aparentemente inconsciente, cuja pele estava coberta de desenhos e pichações - entre elas, duas suásticas.

As fotos e as informações pessoais que você publica podem não ser tão ofensivas, mas provavelmente é uma boa ideia mantê-las afastadas das redes sociais, assim como os comentários sobre sua vida pessoal que poderiam levar um empregador a fazer um julgamento negativo sobre você.

Quando usa redes sociais, você quer mostrar sua melhor imagem. Da próxima vez que postar alguma coisa, pergunte a si mesmo se é algo que qualquer um possa ver.

TI na Educação

O excesso de informação está mudando a forma de educar. Conheça o papel da Tecnologia de Informação neste cenário.

O mundo moderno se tornou uma Sociedade da Informação. A produção e troca de informação entre pessoas, empresas e governos ocorrem em quantidade e intensidade crescentes. Os avanços tecnológicos acrescentam a esse quadro a automação de processos que exigem, dos trabalhadores, cada vez mais qualificação. O antigo operário que manejava máquinas tende a ser mais e mais um programador de robôs. Neste contexto, toda a área de Tecnologia da Informação, empresas, centros de pesquisas e universidades tem uma contribuição expressiva a dar a diversos campos da Educação. Desde a educação formal para crianças até a inclusão digital e o empreendedorismo, entendido como uma das variantes da qualificação.


Por sugestão de um amigo, segue um link onde poderemos conferir que a IBM abriu um canal de cursos online com certificações de varios cursos todos voltados a gestão, web 2.0 e outras áreas de TI. Lembrando que constam vários conceitos discutidos em sala de aula. Confira. - Tips by Marlon TAS 5th. Thanks mr.

Sunday, September 26, 2010

Decision Support


Meus queridos amigos e alunos.

Trouxe para discussão os Programas de Governo dos 3 principais candidatos à Presidência da República.

Votar é não só um direito constitucionalmente garantido como um dever cívico de todo o cidadão com capacidade para tal.

Cabe lembrar que merece nossa análise detalhada antes de tomar essa importante decisão. A intenção foi construir um Dashboard com alguns importantes indicadores [rs].

Um forte abraço a todos.


1] Marina Silva

2] Dilma Rousseff

3] José Serra


Engrossando o caldo ...


Wagner Moura (ator), Fernando Meirelles (diretor/cineasta), Chris Couto (atriz), José Miguel Wisnik (músico), Eduardo Giannetti (econonista/escritor), Gilberto Gil (músico/ex-ministro da Cultura), Caetano Veloso (músico), Gisele Bündchen (modelo), Lenine (músico), Maria BethâniaEsses são apenas alguns nomes de personalidades que apoiam a candidatura de Marina Silva à presidência da república. Se, como disse Ezra Pound, os artistas são as antenas da raça, várias e várias antenas brasileiras, as melhores, eu diria, estão sintonizadas em Marina Silva. (rainha)…


Apesar disso, com 13% das intenções de voto, Marina Silva ficou refém das limitações de seu partido, o PV, que tem pouco tempo no programa eleitoral, e da polarização entre PT (que se valeu do rolo compressor que é a popularidade e o carisma do presidente Lula) e PSDB (com sua campanha ridiculamente suja, pautada quase totalmente em denúncias muitas vezes sem pé nem cabeça). Agora, na reta final das eleições, e com o crescimento de Marina nas pesquisas - ela vinha aparecendo com 7% ou 8% das intenções -, seus eleitores começam a ver uma luz no fim do túnel.


Fraquinha, é verdade, visto que Dilma Rousseff tem a eleição praticamente garantida - até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já meio que admitiu isso ao Financial Times. Mas existe uma possibilidade, ainda que remota, de Marina Silva conseguir uma virada espetacular em cima de José Serra e passar para o segundo turno.


Não é algo impossível de acontecer. Basta que eleitores do PT que votam em Dilma não porque confiam nela, mas sim porque não querem o PSDB no governo, mudem seu voto para Marina. E que o mesmo aconteça com eleitores de Serra que só não votam em Dilma porque não querem o PT mais quatro anos no governo.


Sei que existem pessoas assim. Que não estão votando nesses candidatos porque confiam nele, mas sim porque não confiam no outro. Essas pessoas veem com certa desconfiança a candidatura de Marina. Dizem que ela não teria como governar o país, porque não tem maioria no congresso, por exemplo. Dizem também que ela foge das polêmicas, ao sugerir plebiscitos para questões de aborto e casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Dizem até que ela não aguentaria todo o mandato, por conta de sua saúde.


Ora, Pedro Simon, um dos poucos políticos reconhecidos por ter alguma ética e honestidade - notem no “alguma”; não estou dizendo que ele é um santo -, pertencente ao PMDB, formalizou apoio à candidatura de Marina. Assim como Simon, há outros tantos, que estão presos às diretrizes de suas lideranças partidárias. Com uma eventual vitória de Marina - desde quando é proibido sonhar? -, vários outros “Pedro Simon” dariam as caras e certamente seu governo seria possível.


Se por um lado Marina sugere plebiscitos para as questões polêmicas, por outro ela tem a honestidade de dar suas posições pessoais, que são muito claras. Além disso, não existe ser humano que seja imutável. Com o passar do tempo, e até mesmo com uma pressão da população, Marina pode - e tenho absoluta convicção de que ela tem coragem para tanto - rever suas posições não pessoais, mas sim aprovar uma nova legislação para o aborto sem necessidade de plebiscito, por exemplo. Ao contrário de seus adversários, Marina não é intransigente, autoritária. Marina é serena e sabe pensar.


Essa questão da saúde é mais delicada porque a hipótese levantada, por adversários, de que ela não aguentaria os 4 anos de governo, é covarde, repugnante, de uma baixeza sem precedentes. Ninguém sabe o dia de amanhã. Outro dia vimos a tragédia que foi aquele acidente trágico que matou o presidente da Polônia. Ninguém está livre disso. Marina já falou que está mais saudável do que nunca e afora uma tragédia, aguenta não apenas 4 anos de governo, mas 8.


O Brasil avançou nos últimos anos, é verdade. E os responsáveis por isso são os últimos governos do PSDB e do PT. Mas é chegada a hora de uma mudança maior, de uma mudança melhor. Marina Silva é uma candidata preocupada não apenas com o desenvolvimento sustentável - o que por si só seria um diferencial -, mas também com o desenvolvimento do cidadão. E isso passa por mais investimentos em educação, em saneamento básico, em cultura, em conscientização.


Marina Silva é a única candidata que pode melhorar de verdade esses e outros aspectos. É a única esperança de termos um Brasil melhor e mais justo. Marina Silva é a única candidata que pode falar, sem medo algum de ser pega na mentira, em honestidade e honradez. Além disso, para ser pragmático, é a candidata que tem o melhor vice-presidente, Guilherme Leal.

Enfim. Há muitas razões para se votar em Marina Silva. E, sinceramente, não vejo nenhuma para não votar nela.

Como e por que votar nestas eleições


Tradicionalmente, sou um descrente da política nacional, do tipo que prefere ficar longe da sujeira que ocorre por lá. Mas ao mesmo tempo, sei que é justamente esse pensamento, o de que “ninguém está olhando” é que permite que a corrupção se alastre. Então este ano resolvi começar a levar as eleições a sério. Porque “aqueles que não gostam de política são governados por aqueles que gostam”.


Principalmente porque este ano as coisas mudaram. Os políticos correram para a internet, deslumbrados com o “efeito Obama” dos EUA. Faz sentido. Segundo o IBGE, o acesso de brasileiros na web cresceu 113% das últimas eleições para cá. Não é a internet em si que é capaz de mudar alguma coisa, mas sim o acesso fácil às informações, aliado a algumas ótimas propostas de cidadania política, que vou mostrar neste artigo.


Nós votamos para que mesmo?

Em 2010, votamos para presidente, senador, governador, deputado federal e deputado estadual. São muitos candidatos para diversos cargos, cada um com um jingle pior que o outro, brigando por um espacinho para botar a cara na avenida e conseguir votos.


Não tenha vergonha de não assistir o horário político. Ele é horrível, por um simples motivo: não há nenhuma discussão política ali. O horário político chama o expectador de burro, nivela pelo mínimo denominador comum e acredita que o eleitor não é capaz de entender propostas. O que resta são os candidatos aparecendo falando que “eles são bons e vão cuidar da gente”, tenha dó!


O político é seu empregado. 5 meses de salário do brasileiro por ano vão diretamente aos impostos, que entre outras coisas, financiam a política nacional. Você está pagando alguém para decidir sobre o futuro do seu país, e tem o poder de escolher quem. Você vai deixar o seu empregado não trabalhar e ficar no bem bom às custas do seu dinheiro?


Não vote em quem não se leva a sério

Eleição é coisa séria! Os políticos têm o poder de guiar o futuro do país, decidir e votar leis sobre os impostos, liberdade religiosa, independência econômica, investimento em inovação, defesa do meio ambiente, direitos das mulheres, trabalhadores, minorias, e muitas outras coisas. Em tese, os políticos nacionais podem transformar o Brasil em um país completamente diferente e pior.


É um desgosto tremendo ver candidatos brincando com a política. Vocês querem alguém que não se leva a sério, que não apresenta suas convicções, que está lá apenas para fazer a festa, decidindo sobre os temas acima? Pense nisso.


Como escolher os candidatos certos


Sempre tive essa dificuldade. Um interesse em votar com consciência, mas sem saber por onde começar, ou como escolher os candidatos. Então resolvi escrever este artigo.


Partidos são importantes. Geralmente os esforço de marketing são concentrados na figura do candidato, sem dar muita importância ao partido. Mas partidos são importantes por dois motivos: primeiro, que a eleição para deputados no Brasil é por número de cadeiras por estado e por partido. Ou seja, um deputado com muitos votos acaba puxando outros do partido para dentro da Câmara. E segundo, porque os políticos costumam “votar em bando” nos partidos, para o bem ou para o mal.


Não vote em quem comete crime eleitoral. Se o sujeito não respeita a lei nem enquanto é candidato, imagine quando for eleito. Não vote em quem envia SPAM para o seu e-mail sem perguntar. Não vote em quem faz chuva de panfletos e emporcalha a cidade (Obs: no panfleto é possível que tenha mais de um candidato. Geralmente o responsável pela besteira é a ponta mais fraca, geralmente o deputado). Não vote em quem faz propaganda eleitoral irregular. Clique aqui para saber o que pode e o que não pode.


No Eleitor2010 e no Sem Sujeira você acompanha quem está cometendo crime eleitoral e emporcalhando a cidade.


Escolhendo o seu presidente


Para escolher o presidente, por um momento tente esquecer a cara dos candidatos e pense em suas convicções políticas. Se você acredita em um Estado pesado, com alta carga tributária, decidindo os rumos da economia, ou seja, a política influenciando no mercado, o seu voto é de um lado.


Se por outro lado você acredita que a indústria, o comércio e a economia são capazes de auto-regulamentação, com um controle leve por parte da política, seu voto é outro. Enquanto um lado diz que um “vendeu as estatais a preço de banana”, o outro dirá que “elas cresceram, e o que pagam de impostos hoje supera muito a arrecadação enquanto era pública”.

Não existe voto errado. Errado é não saber suas convicções políticas, e votar no candidato pela sua cara.


São 9 candidatos, para minha sanidade vou me ater aos 4 com mais indicações de voto até o momento. Para escolher seu presidente faça o seguinte:

  1. Olhe os sites dos candidatos, e entenda as convicções e bandeiras de cada um:
    http://www.serra45.com.br/
    http://www.dilma13.com.br/
    http://www.minhamarina.org.br/
    http://www.plinio50.com.br/
  2. http://www.plinio50.com.br/Faça o teste de afinidade política da Veja: http://veja.abril.com.br/eleicoes/eleicoes-2010-teste-candidatos-pensa-voce.shtml
  3. http://veja.abril.com.br/eleicoes/eleicoes-2010-teste-candidatos-pensa-voce.shtmlAssista aos debates, e veja quem está mais preparado para assumir a direção do país: http://eleicoes.uol.com.br/2010/debate-candidatos-a-presidente/
  4. http://eleicoes.uol.com.br/2010/debate-candidatos-a-presidente/Veja as entrevistas dos presidenciáveis ao jornal da Globo e ao Jornal Nacional: http://g1.globo.com/especiais/eleicoes-2010/ (no final da página)


Por último, gostaria de deixar uma coisa clara: no primeiro turno das primeiras eleições, não existe essa de votar em um para outro não ganhar. Imaginemos a Dilma com 51% dos votos. Se sou contra a Dilma, eu votar na Marina ou no Serra não faz diferença, porque o meu voto não elimina nada da porcentagem da Dilma. Então, no primeiro turno, vote em quem você acredita.


Escolhendo o governador


Aqui vou falar do estado de São Paulo, mas não é difícil aplicar esses passos aos outros estados.

  1. Olhe os sites dos candidatos, e entenda as bandeiras e convicções de cada um:
    http://www.geraldo45.org.br/
    http://www.mercadante13.com.br/
    http://www.celsorussomanno.com.br/
    http://skaf.com.br/
    http://ffgovernador.com.br/
  2. http://ffgovernador.com.br/Assista aos debates, e veja quem está mais preparado para assumir a direção do estado: http://eleicoes.uol.com.br/2010/sao-paulo/debate-candidatos/governador/
  3. http://eleicoes.uol.com.br/2010/sao-paulo/debate-candidatos/governador/Acompanhe as entrevistas com cada um dos candidatos.
    Alckmin no SPTV
    Mercadante no SPTV
    Russomano no SPTV
    Skaf no SPTV


Escolhendo deputados federais e deputados estaduais

Em tese, os deputados são os responsáveis por ouvir os anseios da população e elaborar, votar e discutir projetos de lei e ações em benefícios dos cidadãos que representa. Votam nas questões críticas que nos interessam que citei no começo do artigo.

Deputados também são capazes de conquistar verbas para projetos específicos, como melhoria da infraestrutura de municípios, eventos culturais, entre outros. Os deputados agem em parceria com prefeitos, governadores e demais políticos para movimentar o dinheiro público em prol da população.


Como são muitos os candidatos, você pode fazer o primeiro filtro de três modos:

  1. Filtrar por partido
    Escolha os partidos de sua preferência, e descubra os nomes dos candidatos pelo seu estado. Você pode acessar o site do partido, ou consultar o site do STE, clicando no estado, depois no cargo, depois em “aptos”: http://divulgacand2010.tse.jus.br/divulgacand2010/
  2. http://divulgacand2010.tse.jus.br/divulgacand2010/Por região.
    É muito interessante que o seus candidatos a deputado conheçam a sua cidade, ou tenha parcerias políticas, pois são peças importantes na conquista de recursos ao município.
    Nesse caso, não tem como resolver pela internet. Cabe olhar a propaganda em sua cidade, e anotar os nomes para consultar na internet depois.
  3. Por afinidade política
    Há atualmente dois sites que calculam a afinidade com deputados. Funcionam da mesma forma: após responder uma série de questões políticas, mostram uma lista dos candidatos que responderam do mesmo modo que você.
    http://www.votoaberto.com.br/extratoparlamentar/
    http://repolitica.com.br/


O site Vote na Web também serve para avaliar políticos. Lá você consegue ver como os deputados votaram nos principais projetos de lei dos últimos anos.


Feito esse primeiro filtro, o trabalho é manual. Faça três coisas para terminar de filtrar o candidato:

  1. Veja como ele votou no Ficha Limpa, aqui e aqui.
  2. Veja se o candidato tem denúncias contra ele no Congresso em Foco.
  3. Consulte os sites dos políticos, procure seus nomes nas notícias, acompanhe-os nessa reta final. E tenha também um candidato de backup, caso o seu escolhido faça alguma besteira nesses últimos dias como emporcalhar a rua com santinhos.


Escolhendo os senadores

Assim como a Câmara dos Deputados, os senadores têm funções legislativas, de caráter mais geral. Cabe ao senado processar e julgar o presidente, escolher ministros do Tribunal de Contas e autorizar operações externas de natureza financeira, ou seja, dívida externa.


Senadores são eleitos por estado. São três para cada estado, com mandatos de 8 anos. Ou seja, você deve escolher agora um dos senadores que representará seu estado. São Paulo tem 15 candidatos, segundo o TSE.


Para escolher seu senador,

  1. Filtrar por partido
    Acesse a lista no TSE, ou se preferir esta lista no UOL, que inclui os candidatos que desistiram (Toni Curiati, João Dorta e Quércia).
  2. Filtrar por afinidade política
    Estes dois sites calculam sua afinidade com os candidatos a senadores, por meio de perguntas:
    http://www.questaopublica.org.br/
    http://repolitica.com.br/


Após escolher três ou quatro nomes, procure os sites dos candidatos, consulte seus nomes nas notícias, acompanhe-os nessa reta final.


O que acontece depois?

Lembra que o político é seu empregado? Então faça ele trabalhar! Se votar com consciência, acompanhe a trajetória do político. Mande e-mail com sua opinião sobre os assuntos que interessam que estiverem em pauta na câmara, acompanhe sua presença, vale até cadastrar para receber alertas do Google com o nome do político para ver o que anda fazendo.

Acompanhar o que os políticos andam fazendo é a proposta do Eu Lembro, mas até a publicação deste artigo, o site estava em manutenção. Vale a pena dar uma espiada por lá.

Thursday, September 16, 2010

Arquitentando a criação de valores humanos ...

Por vezes, sinto que posso fazer mais que isso. Hoje foi um desses dias... Tenho um enorme problema: o perfeccionismo e a auto-cobrança. Quando entro na sala de aula, ofereço sempre o meu melhor e busco incansavelmente incentivar todos meus alunos e estimular uma busca pelo conhecimento ainda mais acentuado.

E quando isso não acontece e percebo que não agreguei o valor esperado [mesmo que seja para um único aluno], me entristeço.

Ao lembrar que tudo aconteceu devido à preocupação de nivelamento da turma, optei por uma atividade menos dinâmica, mas prévia e cuidadosamente programada, com o objetivo de ajustar as arestas, antes da avaliação.

Confesso, que hoje sai ainda mais determinado a mudar esse cenário e reverter esse quadro. Não abandono e nunca abandonarei nenhum aluno meu. Somente serei vitorioso se vê-los bem colocados no mercado de trabalho e felizes.

Saibam que todos vocês são muito especiais para mim. Amo o que faço e todas as noites vocês me contagiam com esse desejo de melhorar [mesmo que um pouco] a cada dia.

Só tenho a agradecer por essa troca maravilhosa. Torço para que nossa atitude seja cada dia mais desafiadora, ativa e com aguçado espírito de procura.

Acredito no meu trabalho e mesmo que questionado, não desistirei desse nobre objetivo. Obrigado meus amigos alunos. Um enorme abraço.

Wednesday, September 15, 2010

Cursos gratuitos FGV

A Fundação Getulio Vargas é a primeira instituição brasileira a ser membro do OCWC (Open Course Ware Consortium), o consórcio de instituições de ensino de diversos países que oferecem conteúdos e materiais didáticos de graça pela internet.

Para ter acesso ao que o FGV Online oferece a você nesse Consórcio, veja algumas opções abaixo:

Balanced Scorecard

Fundamentos da Gestão de Custos

Gestão de Pessoas - Motivação nas Organizações

Processo de Comunicação e Comunicação Institucional

Estratégia de Empresas - Introdução à Administração Estratégica

Gestão da Tecnologia da Informação - TI nas Organizações: Estratégia e Conceitos

Técnicas de Gerência de Projetos - Gerenciamento do Escopo do Projeto

Metodologia de Pesquisa - Conhecimento, saber e ciência

Metodologia do Ensino Superior - Universidade e Sociedade

Ciência e Tecnologia

Diversidade na Organização

Ética Empresarial

Para acessar, basta se cadastrar.
BONS ESTUDOS

IBM dá curso gratuito de inglês à distância

[English4Smart] A IBM Brasil oferece um curso gratuito de inglês à distância, voltado especificamente a estudantes e profissionais de TI. Segundo a Big Blue, o chamado English4Smart foi criado com o objetivo de minimizar a carência de profissionais que falam o idioma.

O curso, bem como outros temas ligados à área de TI estão hospedados no recém-criado portal TI Smart (basta clicar na seção CURSO para acessar).

A empresa afirma que o English4Smart é voltado ao inglês utilizado no mundo dos negócios. O seu conteúdo foi desenvolvido pelo instituto de idiomas União Cultural Brasil Estados Unidos, parceiro no projeto e que também irá disponibilizar certificados digitais aos participantes.

“Uma das áreas que mais geram oportunidades de emprego na IBM é a de exportação de serviços. Por isso, o conhecimento do inglês é fundamental. É importante acelerar a formação dos profissionais para acompanhar o crescimento do mercado”, afirma Edson Luiz Pereira,
gerente de parcerias educacionais da companhia.

Outra instituição de ensino que apoiou a empreitada foi a Universidade Federal do Ceará, responsável pelo desenvolvimento da Ivela - Internet Voice e-Learning Application - plataforma aberta de e-learning com reconhecimento de voz.

O projeto é vinculado a parcerias com instituições de ensino que oferecem cursos de TI. Uma delas é o Centro Paula Souza, do Governo do Estado de São Paulo, que oferece diversos cursos técnicos e tecnológicos nos níveis médio e superior.

A IBM pretende firmar novas parcerias com universidades de São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte. Para mais informações, acesse:

RH PROATIVO
RELEASE IBM
BAGUETE
TIINSIDE

Tips by Marlon TAS 5th. Thanks mr.

BONS ESTUDOS

Friday, September 3, 2010

Marina Silva e a Educação

Negra, evangélica e candidata a presidente, ela é capaz de mudar as próximas eleições no país

Kiko Ferrite

O que aconteceu de diferente na sua trajetória que a fez sair do seringal e virar senadora?

Sou movida a fé e determinação. Tem a marca do indivíduo, mas tem também uma série de pessoas que te apoiam. O que fez a diferença na minha vida foi a educação. Educação foi a fresta por onde entrei.

Imagino que não esteja se referindo só à educação formal.
Não, não. Mas a educação formal foi a fresta. Fiz Mobral [curso de alfabetização] com 16 anos, depois supletivo... Talvez tenha sido tão bem aproveitada porque na minha vida havia uma estrutura organizada. A aprendizagem que tive no universo da floresta era de muita brincadeira, fundamental pro indivíduo... Minha avó era católica e eu, desde criancinha, tinha o sonho de ser freira. Ela dizia: “Freira não pode ser analfabeta”. Aquilo ficou como um obstáculo pra mim.

Por isso resolveu estudar?
É.

Seus irmãos também queriam estudar?
Não era assim. Não tinha escola, ninguém mandava os filhos pra cidade. Educar era passar os valores da família e, ao mesmo tempo, ensinar a viver na floresta. Sendo que as mulheres eram sempre educadas pra ajudar a cuidar do roçado e da casa. Mas, no nosso caso, em função do matriarcado da nossa mãe, aprendemos também a cortar seringa e a fazer os ofícios dos homens... Quando o homem manda, é natural. Quando a mulher tem um protagonismo, parece que fragiliza o homem. Não devia ser assim. O matriarcado não retira o lugar do homem. Só dá à mulher um lugar da governança.

Mulher governa de maneira diferente?
Completamente diferente. Ela movimenta todas as peças da casa. O homem acha que, se ele dá ordem pra mulher, a ordem baixa, já deve estar subentendida pros filhos. É mais verticalizado. As mulheres vão de uma forma mais sistêmica, horizontal.

Por que a senhora quer ser presidente?
Ser presidente é contribuir para que as boas ideias se transformem em políticas públicas. O maior desafio do Brasil é ter um desenvolvimento sustentável, capaz de garantir às pessoas qualidade de vida, saúde, educação, habitação, entretenimento, conhecimento e inovação tecnológica sem destruir as bases naturais, a biodiversidade, os recursos hídricos, a terra fértil, enfim, todas as condições naturais que nós temos.

As eleições de 2010 são apenas um ensaio ou a senhora acredita que pode vencer?
Tenho chance real de ganhar, não é apenas um ensaio.

Mesmo num partido pequeno como o PV?
Se tivesse olhado para estrutura, nunca teria ajudado a criar a estrutura que o PT tem hoje no Acre... São 30 anos de luta socioambiental no Brasil. A internet vai ter um papel importante, sobretudo para aqueles que, como eu, não têm muito tempo de televisão. Espero que possa fazer diferença.

Muita gente afirma que a senhora só tem um assunto, meio ambiente.
Não dá mais para fazer essa compartimentalização. As coisas estão integradas. É um engano achar que uma economia descarbonizada é só uma bandeira de ambientalista. Tem que ser bandeira de empresários, de formadores de opinião, de cientistas, de políticos e de não políticos.

Com a sociedade mais organizada, a política convencional ficou menos relevante?
Depende. Os partidos estão cada vez mais relevantes, infelizmente, como máquinas de ganhar poder. Mas estão cada vez mais retraídos como espaço para discutir ideias, projetos, visão de mundo, visão de país.

Se o poder está em um lugar e as ideias em outro, como juntar os dois?
Reelaborando o papel dos partidos. Os partidos não podem ter a pretensão de hegemonizar a sociedade. Existem pessoas que dão contribuições políticas, mas não querem estar em partidos. São os núcleos vivos da sociedade. Os partidos têm que aprender a se relacionar com esses núcleos. É mais um processo de coautoria do que de hegemonia de ideias.

Como está se preparando para enfrentar uma campanha presidencial?
A preparação é algo que você tem que ter adquirido ao longo da vida. Essa trajetória é que será colocada à prova. Gosto muito da ideia de que “boa madeira não cresce em sossego”. Diz que quanto mais fortes os ventos, mais fortes as árvores.

O que os seus filhos e o seu marido pensam da sua candidatura?
Não é fácil, mas eles têm sido muito acolhedores e parceiros. Com inseguranças, também.

Pelo jogo sujo que costuma haver nas campanhas?
Eu era uma das pessoas escaladas para responder às queimações contra o Lula. Era muito pesado. Já era difícil me ver na berlinda defendendo o Lula dos preconceitos, “e agora como é que vai ser em relação a você, mamãe?”... Tento me colocar como uma pessoa que aprendeu muito com o sofrimento que tivemos dentro do PT nos últimos anos. Vi pessoas de quem gostava e que respeitava sendo desconstruídas.

A senhora acha que foram tratadas injustamente?
Em alguns casos, não tinham sequer a oportunidade de colocar a sua visão... Algumas pessoas erraram, foram erros graves, e devem responder por eles.

O que restou da sua relação com Luiz Gushiken, José Genoino, José Dirceu?
Não temos mais contato, ficou um certo distanciamento. Mas não alimento a execração dessas pessoas. Genoino foi muito importante na minha vida, e lamento as coisas que aconteceram com ele. O que desejo é que tudo possa ser esclarecido com justiça.

“A gente funciona pela dualidade. Então fica difícil reclamar se a vida de quem estava ao seu lado era parecida com a sua”

A senhora não deveria ter se pronunciado com mais veemência na época do Mensalão?
Me pronunciei nos espaços em que podia me pronunciar. Mas nunca coloquei que saí do PT em função daquilo.

Como foi a saída do PT?
Foi doloroso para mim. Saí pelas mesmas razões pelas quais fiquei tanto tempo. Para lutar pela minha causa, pela causa que tem que ser de todos os brasileiros, de todo o planeta: o desenvolvimento sustentável. Que, infelizmente, no PT ainda não foi assimilada.

Além de sair do PT, onde esteve por 30 anos, e entrar no PV, a senhora trocou a religião católica pela evangélica. Como foi mudar duas coisas centrais na sua vida?
Tenho excelente relação com meus irmãos católicos, respeito muito. Continuo cristã. Um processo de conversão não é algo que se possa racionalizar. Você pode fazer a escolha... Como o próprio Jesus dizia, “não é pela força nem por violência, é pelo toque do espírito”.

Foram transformações importantes, em uma altura da vida em que a maioria das pessoas está mais rígida, menos aberta a mudanças.
Santo Agostinho se converteu aos 40 anos. Existem inúmeros exemplos de pessoas que fizeram algo parecido. Se você acha que as coisas estão cristalizadas, fica muito difícil mesmo. Mas se você entende que, em alguns momentos, tem que passar por um processo de desadaptação criativa daquilo que você sempre foi... Isso não tem nada a ver com uma posição frágil.

Como é a sua relação com o líder de seu novo partido na Câmara, Zequinha Sarney?
De respeito e amizade. Eu o conheci quando ele era ministro do Meio Ambiente. Foi uma pessoa que entrou para ser ministro, talvez até pelo viés tradicional, e realmente se converteu à causa.

Ele apareceu nos escândalos que o pai dele, o senador José Sarney, protagonizou, como no caso da empreiteira que teria facilitado a venda de um imóvel para ele.
Essa questão da casa não ficou comprovada. As dúvidas que apareceram estão todas sendo investigadas, e devem ser investigadas. Inclusive para que os inocentes sejam inocentados e os culpados sejam punidos. Mesmo que minha posição tenha sido pelo afastamento de Sarney [da presidência do Senado], o deputado José Sarney Filho foi um dos grandes entusiastas da minha entrada no PV.

Esta será a primeira eleição presidencial sem o Lula em 21 anos. Ele vai fazer falta?
Sem o Lula em termos, ele vai ter um papel muito forte... Não vou votar no Lula pela primeira vez. Ainda bem que ele não é candidato! [Risos.]

Como foi sua aproximação do empresário Guilherme Leal, cotado para ser seu vice?
Conheci o Guilherme quando já estava aqui no Senado, muito pelo trabalho que ele vinha fazendo no Instituto Ethos, um grupo de empresários que foram a vanguarda do socioambientalismo no Brasil. Ele não usa a questão ambiental como marketing. Tem mais gente assim, como o Oded Grajew, o Ricardo Young, o Roberto Klabin, o Israel Klabin, o Eduardo Capobianco...

Mas vice-presidente só pode ter um...
[Ri]
Sim, mas até agora o Guilherme só se dispôs a se filiar ao PV. Já foi muito bom. Não assuste o Guilherme!

Um empresário como vice ajudaria a acalmar alguns setores da sociedade, como José Alencar fez em relação ao Lula?
Acho que o Guilherme vai se sentir muito honrado em ser comparado ao nosso querido José Alencar... Olha, a realidade responde na língua em que é perguntada. É pretensão achar que se pode falar todas as línguas e pertencer a todas as tribos. Então, se para os empresários é bom ter seus pares falando as mesmas coisas que falo, ótimo.

Como mudou sua relação com o tempo desde que se tornou candidata?
O tempo já era um recurso precioso e escasso...

E não renovável.
[Risos]
Exato. Agora, está mais precioso e mais escasso. Com mais necessidade de ser bem manejado. Mas está no começo, ainda é uma pré-candidatura. Meu dia começa mais ou menos às 6h15. A agenda, por volta das 8h30, e acaba bem tarde. Ontem saí daqui do gabinete [no Senado] às 22h40.

O tempo da sua infância, no interior do Acre, devia ser muito diferente.
O tempo era longamente degustado. As coisas aconteciam lentamente. As distâncias eram muito grandes, também. A casa mais próxima da nossa ficava a 1h45 de caminhada. O comboio que trazia mercadorias e levava borrachas passava de 15 em 15 dias. Aprendi a viver com estes dois tempos: o tempo de acolhimento, em que você é capaz de processar as coisas e ter alguma intimidade, e o tempo da cidade, que expõe, exibe, busca a velocidade.

Qual foi a primeira cidade em que morou?
Manaus. Tinha 6 anos de idade quando meu pai vendeu nossas benfeitorias, porque o seringal era do patrão, e fomos para lá. Ficamos cinco meses em Manaus, num bairro de invasão chamado Morro da Liberdade. Não deu certo. Antes de o dinheiro acabar, meu pai resolveu ir para Belém. Ficamos um ano e oito meses. Depois, tivemos que voltar pro Acre, altamente endividados.

Como foi chegar a Manaus?
Me assustou muito aquilo tudo. Mas era uma criança curiosa, então comecei a prospectar a cidade, escondida da minha mãe.

Saía de casa escondida?
Saía com uma prima que é um ano mais velha, tinha uns 7 anos. Nós fomos a um colégio de freiras. Foi a primeira vez que vi um piano e um tapete. Tinha uma freira e uma moça estudando piano com ela. Ouvi aquela música e achei tão bonito... Nunca tinha ouvido uma música daquela, ainda mais saindo de uma caixa de madeira. Quis me aproximar, mas a gente tinha andado pelo igarapé, na lama, e estava com as sandalinhas sujas. Tirei a minha sandalinha, botei na mão e saí caminhando pelo tapete. Quando a freira viu, disse: “Não precisa tirar as sandálias”.

E esse cuidado de tirar as sandálias sujas?
Morei com a minha avó dos 5 anos pra frente, lá no seringal. Ela era velhinha, tinha uma mão dura, o que dificultava fazer algumas coisas. Aprendi que quanto menos sujasse a casa, melhor, pra minha avó não trabalhar. Então, nunca entrava com a sandália suja dentro de casa.

Por que você morava com ela, e não com seus pais?
Me apeguei muito à minha avó. Minhã mãe ia pro roçado com meu pai, e eu ficava com a minha avó. Aos 4 anos, comecei a insistir a morar com ela.

E a sua mãe?
No início, resistiu. Mas era uma casinha perto, uns 10 minutos andando dentro de uma capoeira. Persisti, até que ela deixou. Ia brincar com os meus irmãos na casa do meu pai e, como não gostava daquela barulhada, voltava pra minha avó... Era uma criança que vivia com pessoas idosas, também morava lá um tio que era xamã.

Xamã?
Gostava muito dele. Viveu com os índios dos 12 aos 37 anos, por aí. Depois, saiu da aldeia do Alto Madeira e foi morar com a gente. Ele me ensinava um pouco de pescaria, de cerâmica, os segredos da floresta. De sete em sete anos, ficava 40 dias e 40 noites na mata. Um retiro, um ritual, não sei explicar... Quando ele ia, eu ficava rezando à noite, com medo de a onça comer ele.

Já viu onça?
Cara a cara, não. Mas ouvi o esturro. Passei com minhas irmãs perto de onde ela guardou a carniça. Foi uma experiência forte. Nossos cachorros ficaram ganindo, uns se urinavam, outros se obravam. Nós ficamos desesperadas, subimos numa árvore. E os cachorros lá embaixo pedindo socorro [risos]. A sorte é que tinha uma espingarda. Como a gente não sabia atirar, minha irmã pegou o cano da espingarda e buzinou nele para pedir ajuda. Meu pai escutou e veio...

Vocês andavam com espingarda?
É, minha mãe achava que poderia dissuadir alguma abordagem.

De homem?
É, de homem. Era uma espingarda calibre 20. Minha irmã mais velha era quem tinha a autorização pra carregar. Graças a Deus, nunca aconteceu nada.

Como eram os rituais do seu tio xamã, fazia fumegações, conversava com espíritos?
Na linguagem espiritual dele, sim. Se alguém ficava com azar pra caçar, pra pescar, pra qualquer coisa, recorria às defumações dele.

Ele chegou a fazer alguma coisa quando a senhora ficou mais doente?
Não... O que ele fazia era me dar chás e me ensinava a fazer chás.

Conhece bem as plantas?
Uma boa parte, sim. Meu pai às vezes me testa. Se você tá com febre, parecendo malária, toma chá de quinaquina. Se tá com anemia, chá de casca de jatobá; diarreia, chá de olho de goiaba; verminose, come semente de jerimum com semente de mamão.

Já tomou o chá do Daime?
Não. Conheço algumas comunidades do Daime, tenho amigos lá do Santo Daime, mas nunca senti necessidade de tomar. Sempre tive a minha espiritualidade... Teve um momento de um certo distanciamento, mas depois retomei novamente.

Que momento foi esse?
Foi durante a militância estudantil.

Uma conversão marxista?
Quase. Você vai se envolvendo nos movimentos sociais, nas lutas... Tanto que meus amigos marxistas-leninistas me chamavam de “igrejeira”.

Chegou a considerar religião o ópio do povo?
Não, conhecia muitas pessoas como [o arcebispo de Porto Velho] dom Moacyr Grecchi para imaginar que o que faziam era o ópio do povo.

Alguma experiência com drogas?
Nunca. Bebida alcoólica, só Biotônico Fontoura [risos]. Com tantas malárias e hepatites, tenho um fígado muito delicado, não dá para chegar perto de bebida alcoólica.

Como reage a uma certa unanimidade que se forma em torno da sua figura?
Com a clareza de que ninguém está acima do bem e do mal, de que somos todos seres humanos, pessoas falhas... Não se pode alimentar esse processo de mitificação.

Marina Silva lidera uma marcha de seringueiros no Acre, em 1986

Educadores da Soka Gakkai trocam experiências sobre aplicação da educação humanística


O Departamento Educacional da Soka Gakkai realizou o seu 28º Encontro Nacional sobre a Aplicação Prática da Educação Humanística, no Hall Cultural de Kobe, na província de Hyogo. Cerca de 2.000 educadores e convidados estiveram presentes. Adotando como tema “Uma Sociedade em prol da Educação – Transmitam o Espírito Vencedor e Liguem Corações”, o evento propiciou uma oportunidade para os educadores da Soka Gakkai trocarem experiências sobre os seus esforços para praticar a pedagogia humanística nas salas de aula.

O presidente da SGI, Daisaku Ikeda, enviou uma mensagem na qual declarou que o “triunfo da educação” significa o “triunfo da dignidade da vida”.

Yumi Kitaoka, diretora de uma escola pré-primária em Hokkaido, disse que se esforça para abraçar seus alunos demonstrando-lhes todo o seu amor e emprega suas múltiplas experiências na vida para incentivar os pais.

Kenji Ishibashi, um supervisor de professores da província de Hokkaido, apresentou os resultados de um programa de bem-estar das crianças dirigido por ele, no qual a escola, os pais e a comunidade trabalham juntos para o bem-estar dos alunos.

O trabalho conjunto resultou num decréscimo nos pequenos delitos e no aumento das capacidades educacionais das crianças. O programa adotado pela sua escola também ganhou o Prêmio de Segurança Escolar do Ministério da Educação e Ciências.

A professora do ensino fundamental Rimi Takano falou sobre seus esforços para ajudar a melhorar as realizações acadêmicas dos seus alunos, norteando-se pelo princípio de que o crescimento e desenvolvimento do professor se refletirão no crescimento do aluno.

Kenichiro Yamanouchi, professor do ensino fundamental II que também atua como conselheiro pedagógico numa escola da província de Hyogo, enunciou como suas próprias frustrações e esforços para se comunicar com os seus filhos acabaram se transformando num tesouro de experiências com o qual pôde contar para lidar com os problemas na sala de aula.

O presidente da Faculdade de Pedagogia da Universidade de Hyogo, Eiichi Kajita, disse que ficou impressionado com a atitude dos professores, que enfrentam e desafiam os problemas encontrados nas salas de aula com determinação e benevolência, pensando no bem dos estudantes. Ele disse ter testemunhado exemplos de pessoas que estão colocando em prática o “comportamento do Bodhisattva”, conforme elucidado nas escrituras budistas.

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Wednesday, August 25, 2010

Usando o Google Docs na EAD


Suas apresentações online podem ser compartilhadas com o Google Docs, um programa baseado na web que torna a colaboração de grupos mais fácil e eficiente.

Com o Google Docs você poderá armazenar documentos, planilhas, apresentações e muito mais em um local online seguro, onde podem ser acessados por pessoas autorizadas. O serviço gratuito permite que você crie esses itens em sua conta ou os transfiram de fora do serviço. Quando um item é transferido, seu criador ou outra pessoa autorizada pode trabalhar nele online usando qualquer navegador. O serviço oferece colaboração em tempo real, que permite que vários usuários trabalhem em um item simultaneamente e mantém indicação das alterações feitas por cada um.

É fácil usar o Google Docs para apresentações online. Ele permite que o usuário importe apresentações existentes, incluindo as do Microsoft PowerPoint e outras. Os usuários podem editar as apresentações online, inserindo imagens e formatando slides, de modo a atender as suas necessidades. Ele também possibilita que os usuários façam apresentações em tempo real para convidados em vários locais (desde que tenham uma conexão de Internet padrão) e que um apresentador publique seu trabalho na web, permitindo acesso de toda a comunidade da Internet.

Veja também este excelente artigo APRENDIZAGEM COLABORATIVA E INTERATIVIDADE NA WEB: EXPERIÊNCIAS COM O GOOGLE DOCS NO ENSINO DE GRADUAÇÃO CLIQUE AQUI

Google Docs suporta a maioria dos navegadores de Internet, incluindo Explorer, Netscape e Mozilla Firefox.

O desafio de aliar Tecnologia e Educação

Especialista fala sobre a difícil tarefa de combinar tecnologia e educação.

Seja por meio de celular, computador ou TV via satélite, as diferentes tecnologias já fazem parte do dia a dia de alunos e professores de qualquer escola. Contudo, fazer com que essas ferramentas de fato auxiliem o ensino e a produção de conhecimento em sala de aula não é tarefa fácil: exige treinamento dos mestres. A avaliação é de Guilherme Canela Godoi, coordenador de comunicação e informação no Brasil da Unesco, braço da ONU dedicado à ciência e à educação. “Ainda não conseguimos desenvolver de forma massiva metodologias para que os professores possam fazer uso dessa ampla gama de tecnologias da informação e comunicação, que poderiam ser úteis no ambiente educacional.” O desafio é mundial. Mas pode ser ainda mais severo no Brasil, devido a eventuais lacunas na formação e atualização de professores e a limitações de acesso à internet – problema que afeta docentes e estudantes. Na entrevista a seguir, Godoi comenta os desafios que professores, pais e nações terão pela frente para tirar proveito da combinação tecnologia e educação.

Qual a extensão do uso das novas tecnologias nas escolas brasileiras?

Infelizmente, não existem dados confiáveis que permitam afirmar se as tecnologias são muito ou pouco utilizadas nas escolas brasileiras. Censos educacionais realizados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) mostram que a maioria das escolas públicas já tem à sua disposição uma série de tecnologias. No entanto, a presença dessas ferramentas não significa necessariamente uso adequado delas. O que de fato se nota é que ainda não conseguimos desenvolver de forma massiva metodologias para que os professores possam fazer uso dessa ampla gama de tecnologias da informação e comunicação, que poderiam ser úteis no ambiente educacional.

Quais devem ser as políticas públicas para incentivar as tecnologias em sala de aula?

Elas precisam ter um componente fundamental de formação e atualização de professores, de forma que a tecnologia seja de fato incorporada no currículo escolar, e não vista apenas como um acessório ou aparato marginal. É preciso pensar como incorporá-la no dia a dia da educação de maneira definitiva. Depois, é preciso levar em conta a construção de conteúdos inovadores, que usem todo o potencial dessas tecnologias. Não basta usar os recursos tecnológicos para projetar em uma tela a equação “2 + 2 = 4″. Você pode escrever isso no quadro negro, com giz. A questão é como ensinar a matemática de uma maneira que só é possível por meio das novas tecnologias, porque elas fornecem possibilidades de construção do conhecimento que o quadro negro e o giz não permitem. Por fim, é preciso preocupar-se com a avaliação dos resultados para saber se essas políticas de fato fazem a diferença.

As novas tecnologias já fazem parte da formação dos professores?

Ainda é preciso avançar muito. Os dados disponíveis mostram que, infelizmente, ainda é muito incipiente a formação de professores com a perspectiva de criação de competências no uso das tecnologias na escola. Com relação à formação continuada, ou seja, à atualização daqueles profissionais que já estão em serviço, aparentemente nós temos avanços um pouco mais concretos. Há uma série de programas disponíveis que oferecem recursos a eles.

Para os alunos, qual o impacto de conviver com professores ambientados com as novas tecnologias?

As avaliações mais sólidas a esse respeito estão acontecendo no âmbito da União Europeia. Elas mostram que a introdução das tecnologias nas escolas aliada a professores capacitados têm feito a diferença em alguma áreas, aumentando, por exemplo, o potencial comunicativo dos alunos.

As relações dentro da sala de aula mudam com a chegada da tecnologia?

O que tem acontecido – e acho que isso é positivo, se bem aproveitado – é que a relação de poder professor-aluno ganha uma nova dinâmica com a incorporação das novas tecnologias. Isso acontece porque os alunos têm uma familiaridade muito grande com essas novidades e podem se inserir no ambiente da sala de aula de uma maneira muito diferente. Assim, a relação com o professor fica menos autoritária e mais colaborativa na construção do conhecimento.

É comum imaginar que em países com um alto nível educacional a integração das novas tecnologias aconteça mais rapidamente. Já em países em desenvolvimento, como o Brasil, onde muitas vezes o professor tem uma formação deficitária, a incorporação seja mais lenta. Esse pensamento é correto?

Grandes questões sobre o assunto não se colocam apenas para países em desenvolvimento. É o caso, por exemplo, de discussões sobre como melhor usar a tecnologia e como treinar professores. O mundo todo discute esses temas, porque essas novas ferramentas convergentes são um fenômeno recente. Porém, também é correto pensar que nações onde as pessoas são mais conectadas e têm mais acesso a dispositivos devem adotar a tecnologia em sala de aula de modo mais amplo e produtivo. Outro fenômeno detectado no mundo todo é o chamado “gap geracional”, ou seja, os professores não nasceram digitalizados, enquanto seus alunos, sim.

O senhor vê algum tipo de resistência nas escolas brasileiras à incorporação da tecnologia?

Não acredito que haja uma resistência no sentido de o professor acreditar que a tecnologia é maléfica, mas, sim, no sentido de que ele não sabe como utilizar as novidades. Não se trata de saber ou não usar um computador. Isso é o menor dos problemas. A questão em jogo é como usar equipamentos e recursos tecnológicos em benefício da educação, para fins pedagógicos. Esse é o pulo do gato.

Quais os passos para superar a formação deficitária dos professores?

A Unesco sintetizou em livros seu material de apoio, chamado Padrões de Competências em Tecnologia da Informação e da Comunicação para Professores. Ali, dividimos o aprendizado em três grandes pilares. O primeiro é a alfabetização tecnológica, ou seja, ensinamos a usar as máquinas. O segundo é o aprofundamento do conhecimento. O terceiro pilar é chamado de criação do conhecimento. Ele se refere a uma situação em que as tecnologias estão tão incorporadas por professores e alunos que eles passam a produzir conhecimento a partir delas. É o caso das redes sociais. É importante lembrar que esse processo não é trivial, ele precisa estar inserido na lógica da formação do professor. Não se deve achar que a simples distribuição de equipamentos resolve o problema.

Fonte: revista veja: 09/06/2010